Dieta do Paleolítico – A Dieta Mais Eficaz

A Dieta do Paleolítico (1) baseia-se em alimentos funcionais e nutritivos que o nosso corpo está adaptado a consumir há vários milhares de anos.

Os nossos antepassados seguiram este tipo de dieta durante 2,5 milhões de anos, na era do Paleolítico e foi com ela que construíram o seu genoma ao longo dos tempos.

Somente há cerca de 10.000 anos atrás, com a revolução agrícola, é que os nossos hábitos alimentares se alteraram.

Segundo alguns estudos, os nossos ancestrais não sofriam das doenças atuais, como cancro, diabetes, obesidade e doenças degenerativas.

Os registos demonstram que a sua forma física era excelente e que possuíam um corpo seco e musculado.

A Dieta Paleo ou Dieta do Paleolítico foi utilizada pelos nossos ancestrais, que inicialmente eram caçadores-recolectores. Eles caçavam, pescavam e recolhiam da natureza frutos, sementes e tubérculos, para se alimentarem.

Nesta altura não existia uma dieta universal, ou uma pirâmide alimentar! A sua alimentação dependia muito da época do ano e da região onde se encontravam.

Eles não consumiam grãos, leite e muito menos açúcar, ou seja, seguiam a chamada Dieta do Paleolítico!

Os grãos integrais como os cereais e o leite, apenas passaram a fazer parte da sua alimentação, depois da revolução agrícola, a partir da qual o Homem passou a praticar a agricultura e a pastorícia (criação de animais).

Mesmo que tivessem começado a consumir cereais e leite, estes alimentos não possuíam os malefícios que atualmente apresentam, pois são resultantes de várias modificações genéticas para duplicar ou triplicar as suas produções, e posteriormente, submetidos a processos industrializados.

No início, o leite não podia ser consumido porque era extremamente difícil obtê-lo de animais selvagens, e portanto, o Homem começou a beber leite, apenas quando se dedicou à pastorícia, como já referi anteriormente.

Em relação ao açúcar, este era desconhecido naquela época e só foi descoberto muito mais tarde, na época dos descobrimentos.

Com a revolução industrial, a nutrição humana agravou-se ainda mais…

Os produtos processados começaram a fazer parte do nosso dia-a-dia, por serem mais práticos e acessíveis e deixámos de lado alimentos de verdade, ou seja, alimentos funcionais…

… Carne, peixe, marisco, ovos, vegetais, frutas e frutos secos, ou seja um conjunto de alimentos que deveríamos consumir diariamente!

A Dieta do Paleolítico não é uma dieta somente para perder peso, mas sim um estilo de vida que previne doenças, beneficia a saúde e o bem-estar geral do nosso organismo.

Se decidires fazer esta alimentação podes conseguir ver reduzido o risco de desenvolver várias doenças, tais como: diabetes, hipercolesterolemia, hipertensão, doenças cardíacas, cancro, osteoporose, doenças auto-imunes, …

O único “efeito secundário” apontado a esta dieta é a perda de peso, mesmo sem haver restrição calórica!

Ao forneceres o combustível adequado aos teus genes, a gordura desaparecerá, favorecendo a massa muscular magra e turbinando o teu sistema hormonal.

Lista dos alimentos básicos incluídos na Dieta do Paleolítico, que podem fazer parte do teu menu e serem consumidos frequentemente:

Carne – Pode ser de qualquer tipo, branca ou vermelha.

Esta dieta dá luz verde às carnes vermelhas e ao consumo de gordura saturada, essencial ao bom funcionamento do teu sistema hormonal e muito importante para várias funções do teu organismo.

Se tiveres possibilidade de adquirir carne orgânica (proveniente de animais criados a pasto), melhor ainda!

Eu sei que é bastante dispendioso comprar carne biológica em Portugal, por isso aconselho-te o consumo de carnes caseiras ou de talhos em que conheças os produtores.

Se não tiveres essa alternativa, não deixes de consumir carne, pois mesmo que comprada no hipermercado, possui sempre um grande valor nutricional!

Peixe – Podes consumir qualquer tipo de peixe selvagem, especialmente os peixes gordos de águas frias e profundas.

Na hora de comprar, escolhe peixes pequenos, capturados no oceano e nunca os de aquacultura, que são alimentados à base de grãos, farinha e rações manipuladas.

Ovos – Os ovos são considerados, o segundo melhor alimento do mundo, já que a primeira posição do pódio pertence ao leite materno.

Os ovos devem consumir-se inteiros, estando a maior parte do seu valor nutritivo na gema.

Se tiveres oportunidade de adquirir ovos orgânicos, de galinhas do campo, conseguirás obter uma maior quantidade de ómega 3.

Quando ingerires ovos, não tenhas receio que os teus níveis de colesterol aumentem, pois está comprovado que o colesterol dietético não tem correlação direta com o colesterol sanguíneo.

Marisco – Trata-se de um alimento bastante nutritivo, que possui quantidades elevadas de colesterol, extremamente necessário ao correto funcionamento do sistema endócrino.

Além disso, o marisco fornece proteínas de elevada qualidade, vitaminas e diversos sais minerais essenciais, como iodo, selénio e zinco.

Mais uma vez fica o alerta… Compra sempre os que são selvagens!

Frutos secos – Têm na sua constituição cerca de 80% de gordura monoinsaturada, que funciona como um “boost” para o sistema hormonal, impulsionando a produção de hormonas, como a testosterona e melhorando os níveis de HDL (vulgarmente designado de “colesterol bom”).

Estes alimentos são também bastante ricos em vitaminas e sais minerais essenciais.

Coco – O coco é considerado o terceiro melhor alimento do mundo. Pode ser consumido na sua forma natural ou na forma dos seus derivados, como o leite e o óleo de coco.

O óleo de coco promove a redução da gordura visceral e abdominal, possuindo excelentes propriedades antibacterianas, antiparasitárias e antifúngicas.

Este terceiro melhor alimento do mundo é rico em gordura saturada (ácido láurico), que melhora o HDL (“colesterol bom”), prevenindo assim doenças cardíacas e diminuindo o estresse oxidativo.

Após o seu consumo, o nosso organismo produz corpos cetónicos que fornecem uma fonte alternativa de energia ao cérebro e promovem a apoptose (suicídio celular) das células cancerígenas.

Está comprovado que os povos que consomem grandes quantidades de coco gozam de excelente saúde.

Café – O café foi uma das substâncias mais estudadas até hoje, não existindo comprovação de que seja prejudicial à saúde, como muitos poderão pensar.

Quando o café foi difundido na Europa, quase foi considerado um medicamento!

O café estimula o sistema nervoso central, melhora a atenção e o humor, auxilia em patologias graves como no caso das doenças de Alzheimer e Parkinson e é o mais potente antioxidante do mundo, já que estimula a proteína Nrf2 que combate os radicais livres.

Já foi comprovado que o consumo de café em quantidades moderadas, não prejudica o sono e pode ajudar a reduzir os sintomas de enxaqueca.

O café não deve ser consumido com adição de açúcar, mas sim amargo e nunca deve ser substituído por descafeinado.

Esta versão é sujeita a um processo químico, que recorre ao uso de um solvente para extrair a cafeína, solvente esse extremamente prejudicial à saúde.

Chá – Podes consumir qualquer variedade, especialmente o chá verde, que ajuda a emagrecer, contém cafeína que acelera o metabolismo, previne doenças cardíacas, protege as células, combate o colesterol e previne doenças cancerígenas.

Uma chamada de atenção para os indivíduos do sexo masculino…

O chá verde pode contribuir para aumentar os níveis de SHBG, que conduzem à diminuição da testosterona livre!

Abacate – Neste fruto são encontradas gorduras monoinsaturadas, polinsaturadas e saturadas, diversas vitaminas e sais minerais.

O abacate tem na sua constituição um carotenoide, designado luteína com propriedades protetoras para a visão e uma substância designada beta-sitosterol, que ajuda a…

… Controlar os níveis de colesterol;

…Prevenir doenças do coração e doenças cancerígenas;

… Contribuir para melhorar a absorção de nutrientes, …

Pessoalmente, considero o abacate, o melhor fruto do mundo!

Azeite – A melhor opção é o azeite extra virgem, pois é o que possui maior percentagem de fitoquímicos, caracterizados pelas suas propriedades anti oxidantes e o que apresenta menor acidez (inferior a 0.8%).

Trata-se de um azeite não refinado, em que o seu processo de produção consiste apenas na recolha, prensagem a frio, extração (sem a utilização de químicos, nem de água) e engarrafamento, o que faz dele o melhor azeite para consumo.

Os produtores apenas podem utilizar azeitonas que estejam em excelentes condições e por isso tem um sabor e aroma inconfundíveis. É o mais puro “sumo” de azeitona e por isso o óleo de melhor qualidade e que apresenta maiores benefícios para a saúde.

O azeite extra virgem não suporta elevadas temperaturas, pois oxida mais facilmente, pelo que é ideal para ser usado cru, temperando sopas, saladas, legumes, peixes… sem o submeter a aquecimento!

Vegetais – De uma forma geral, podes consumir todo o tipo de vegetais, de preferência orgânicos! A variedade é muita e podes tê-los na tua mesa a acompanhar qualquer prato principal!

Podes optar por os consumir cozinhados ou crus, não sendo necessário enumerar as suas enormíssimas vantagens, já que é do conhecimento geral a sua enorme riqueza em fibras, vitaminas e sais minerais.

Alimentos que deves consumir com moderação:

Chocolate negro – Se és fã de chocolate, compra chocolate com mais de 70% de cacau.

Frutas – As frutas que podem ser consumidas com mais frequência são todas as que apresentam uma coloração avermelhada, como morangos, amoras, framboesas, romãs, mirtilos, entre outras, já que apresentam menor quantidade de frutose.

A excepção é o abacate, que apesar de não ter a mesma coloração, praticamente não tem frutose!

Vinho tinto – Quando consumires bebidas alcoólicas, escolhe vinho tinto com alguma qualidade, de preferência sem adição de sulfitos e tenta não exceder o consumo diário de 2 copos.

Eu sou um grande apreciador de vinho e, normalmente, consumo mais que 2 copos diários!

Queijos – Na hora de comprar opta por queijos feitos a partir de leite cru, não pasteurizado e sem aditivos!

Muitos dos queijos existentes são feitos a partir de leite pasteurizado, mas atualmente temos ao nosso dispor, na maioria dos hipermercados, uma enorme variedade de queijos feitos feitos a partir de leite cru!

Alguns exemplos são: queijo da ilha (feito a partir de leite de vaca cru), queijos de ovelha e de cabra!

Desta forma consegues certamente, aproveitar muito mais os benefícios, que a fermentação do leite te pode oferecer.

Tubérculos – Na hora de escolher, entre a batata “normal” e a batata-doce, prefere a batata-doce, que apesar do nome, apresenta um índice glicémico inferior.

A batata “normal” contém bastantes hidratos de carbono que conduzem ao aumento da produção de insulina no corpo, originando aumentos de gordura corporal.

A batata-doce deverá ser a eleita por ter um índice glicémico mais baixo, devendo ser consumida com moderação.

Outros derivados do leite – Sempre que consumires iogurtes, opta pelos naturais, sem qualquer adição de açúcar, de aromas ou de frutas.

Os derivados do leite como a manteiga, o queijo e os iogurtes, não existiam no Paleolítico, mas contém boas gorduras e como o leite é fermentado, estes derivados fornecem pró-bióticos que auxiliam a digestão e a flora intestinal. 

No caso de manifestares intolerância à lactose ou à caseína do leite, exclui o leite e os seus derivados do teu regime alimentar.

No caso de consumires manteiga, opta por manteiga de vaca, o mais orgânica possível.

Alimentos proibidos e que não devem ser consumidos:

Cereais – São proibidos todo o tipo de cereais, tais como trigo, cevada e centeio, …

Os cereais com glúten não fazem parte da Dieta do Paleolítico e menos ainda os produtos processados e com adição de açúcares.

Outros alimentos feitos a partir de grãos (trigo, cevada, centeio), também são proibidos, como o caso das massas, pães, bolos, bolachas, pizzas, entre outros.

Glúten – Qualquer alimento que o contenha não deve ser consumido, o que também é aplicável a todos os celíacos (pessoas intolerantes ao glúten).

Alimentos processados – Não deves consumir alimentos que não existam na natureza, na sua forma natural, ou seja, que sofreram processos industrializados.

Óleos e margarinas vegetais – Óleo de girassol, de milho, canola, colza, margarinas, …Todos contêm gorduras “trans”, ou seja, gorduras que foram transformadas industrialmente.

Leite pasteurizado ou ultrapasteurizado – A propaganda promove o consumo de leite, principalmente devido ao cálcio que o leite possui, contribuindo para ossos saudáveis e prevenindo a osteoporose.

Mas apenas se trata de propaganda enganosa.

O cálcio presente no leite de vaca não é bem absorvido pelo nosso organismo e para agravar ainda mais a situação, o leite que entra nas nossas casas diretamente da prateleira do supermercado é UHT (ultrapasteurizado).

Isso significa que a maioria dos efeitos benéficos que possuía, se perderam no processo de ultra pasteurização.

O cálcio que as vacas apresentam no leite é proveniente da erva que consomem, quando pastam, ou seja, o cálcio provém do que é verde… Conclusão o cálcio provém dos vegetais e não do leite!

Afinal de contas como achas que as vacas têm tanto cálcio no leite, se elas próprias depois de adultas não bebem leite?

São vários os estudos que demonstram, que a maior parte do cálcio se encontra presente nos vegetais.

Açúcar – Este e todos os alimentos que o contenham são proibidos.

Sal de mesa refinado – Apenas é permitido consumir sal marinho puro não refinado, flor de sal ou sal rosa dos Himalaias. Não é permitido consumir sal de mesa ou qualquer outro tipo de sal refinado, pois além de ser pobre em nutrientes, prejudica gravemente a saúde!

Leguminosas – Não deves consumir feijão, qualquer que seja a variedade, grão, ervilhas ou favas!

Produtos intitulados “light” ou “0% de gordura” – Todos estes produtos são proibidos, uma vez que as gorduras que contém são-lhes retiradas, recorrendo a processos químicos.

O Homem, em termos genéticos, não se encontra adaptado à alimentação que faz nos dias de hoje, comendo frequentemente alimentos ricos em glúten, em açúcar, que na sua maioria são alimentos processados!

Pensemos numa situação simples de entender:

Os leões são animais carnívoros, alimentando-se das presas que caçam…

Um espelho do que o Homem primitivo foi há milhões de anos atrás…

Se no futuro, começássemos a alimentar leões com vegetais, em vez de carne, eles certamente adoeceriam.

Prontamente os veterinários entrariam em ação e receitariam antibióticos e outros medicamentos, para que eles pudessem sobreviver.

Mas esta não seria a solução! Apenas iria remediar a situação provisoriamente e não resolvê-la!

A partir do momento que voltassem a alimenta-los com carne, não seria mais necessário recorrer ao uso de medicamentos e eles voltariam rapidamente a ser saudáveis e a ficarem fisicamente ativos.

Este é um dos motivos que nos leva a considerar a importância de estudar a evolução das espécies a nível alimentar.

A Dieta do Paleolítico foi concebida, tendo em conta a genética e a evolução dos nossos antepassados, da era do Paleolítico.

O Homem do Paleolítico caçava ou pescava animais, que constituíam o pilar da sua alimentação.

Também comiam frutas, bagas ou raízes que recolhiam da natureza e não fazia sequer ideia do que era um alimento processado.

Conclusão

A Dieta do Paleolítico é baseada na dieta dos nossos antepassados, sendo considerada a mais saudável e eficaz!

Se é considerada a dieta da moda, não sei, simplesmente sei que é baseada no que os nossos antepassados seguiram durante 2,5 milhões de anos!

A natureza fornece-nos o que necessitamos para nos alimentarmos e por isso temos que saber escolher o que colocamos na nossa mesa!

Eu sei que somos aliciados com vários produtos alimentares, repletos de sabor, mas isso não basta!

Nós decidimos o futuro da nossa saúde… Tudo depende do que escolhermos para comer!

Termino com uma citação:

“O tempo é o mais sábio dos conselheiros”.

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